O "sistema de orientação filosófico", de Jim Rohn.

O pensamento do dia, sobre o jogo da vida.

“Por vezes preciso de escrever uns textos que me ajudam a compreender e registar o que me rodeia. Sem uma racionalidade sobre as coisas sinto-me como uma folha no vento.”

“Manter-me informado sobre os temas faz-me sentir como se estivesse no topo de uma montanha, vislumbrando vales, rios, aldeias e o mar.

Quando temos um destino mas não vemos o que está à nossa volta, é fácil perdermo-nos, ou tornarmo-nos presas. Muitos optam por ficar no mesmo sítio, outros seguem trilhos velhos. O bom senso diz-nos para perscrutarmos o horizonte a partir de um local elevado.

Quando temos a vista desafogada, mesmo que sem destino fixo, podemos sempre passear, e gozar a viagem. E se nos move um objectivo, então podemos usufruir da viagem enquanto nos aproximamos dele.“

À falta de melhor ferramentas, tenho usado frases como estas para tentar explicar à

Mónica Pinheiro

, e a quem me lê, a minha urge por compreender o me rodeia, e a utilidade disso.

Até ouvir alguém com uma capacidade de síntese bem melhor que a minha:

Quanto mais sabemos, quanto mais aprendemos e quão maior a experiência que adquirimos, ajudam-nos a ajustar continuamente o nosso sistema de orientação filosófico, para minimizarmos mais perigos e maximizarmos mais oportunidades.

Isso é, na verdade, o jogo da vida. Não conseguiria explicá-lo de forma mais simples.

A vida é sobre ajustarmos constantemente a nossa bússola interior.

À medida que ganhamos experiência, aprendemos a navegar desafios, evitar perigos, e reconhecer oportunidades que pareciam invisíveis, no passado.

Esta é a arte na viagem da vida: tornarmo-nos mais sábios a cada passo!

Jim Rohn

Jim Rohn traz o pensamento do dia, e palavra-chave na descrição acima é, creio, “filosófico”.

Rohn sugere recorrermos ao conhecimento e experiência para desenvolvermos um sistema de orientação “filosófico”, que nos permita reagir não apenas ao que já vimos, (“experiência”), ao que outros intuíram, (“conhecimento”), mas também a situações completamente novas.

A filosofia permite-nos reagir rapidamente ao desconhecido, e enquadrá-lo numa forma de ver o mundo e a vida. Permite-nos também mantermo-nos focados naquilo que previamente estipulámos que adiciona valor à nossa vida.

Um exemplo na esfera pessoal:

Eu tipicamente não perco tempo a pensar se devo ou não comprar determinado bem, ou serviço, porque a minha filosofia minimalista obriga à comprovação de valor efectivo para mim e para a minha família, e a minha filosofia de investimento diz-me o valor real das coisas, o seu custo de oportunidade.

Portanto, tipicamente nem me chego a debater com questões como se “é bonito”, se “é confortável”, se “pode ser útil”, ou se “tenho dinheiro“.

Excepto se efectivamente necessite, ou esteja na minha lista de desejos. ;)

Outro exemplo, agora no mundo empresarial:

No passado “íamos a todas”, e respondíamos a pedidos de cotação onde nos solicitavam determinada quantidade de determinados part numbers, por exemplo, para soluções desenhadas pelo próprio cliente, ou por terceiros.

E depois chegávamos à conclusão que as horas (às vezes dias) que investíamos na elaboração das propostas não se transformavam em vendas, ou porque se tratava de um concurso público manipulado de várias formas, ou porque o cliente simplesmente queria os produtos ou serviços ao menor custo possível, e “há sempre alguém que faz mais barato”, mesmo que vá à falência no ano seguinte.

Ponderada a situação, adoptei a filosofia “pensar e fazer diferente”, porque acredito que isso adiciona valor, distingue-nos da concorrência, fideliza os clientes, e permite-nos substituir “produto” ou “serviço” por “ideias” e “soluções”, com margens muito, muito maiores do que aquelas praticadas por quem simplesmente “vende o mesmo, mais barato”, numa corrida para o fundo.

E, com o tempo, começámos a ser conhecidos e contactados precisamente por esta capacidade: ou seja, para o nosso cliente típico, “o mesmo” já não serve, mesmo que “mais barato”.

Portanto, adoptada uma filosofia, deixámos de perder tempo e aumentámos a margem comercial média sobre as vendas.